sábado, 3 de março de 2018


Quase, estou quase a chegar aonde me chama a noite,
aonde me cantam os sonhos e me embala o sentir quase dormente.
Na noite e com ela, tenho diálogos esquizofrénicos.
É da sua voz que ouço todas as outras vozes que me acompanham de dia, que de dia não as consigo ouvir.
De noite tudo fica mais claro, todos os códigos são finalmente decifrados e me transportam ao mundo da lucidez,
que de dia não são mais do que ruídos difusos onde todas as vozes se misturam num aglomerado de pensamentos oblíquos,
desenquadrados, desfigurados, inúteis.
Sim, é para lá que vou, que só lá sinto a verdade do ser,
clara, confortante, aconchegante, sem o lixo da mentira dos dias.

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