sexta-feira, 27 de abril de 2018

Foto de Sarapintar.
Tela - Sara Pestana
Pudesse eu ter-te agora aqui
pudesse eu ver-te
pudesse eu sentir-te como se fosses uma brisa feita vendaval
que me despenteasses
que me despertasses do marasmo da bonança
da quietude estéril de apenas ser.
Pudessem as águas de todos os rios se despenhar em cascatas aguçadas
e as pedras te gritassem vem,
anda ver no que me tornaste,
anda ver como te anseio na corrente dos rápidos
como me quero diluir na espuma de todos os redemoinhos
e desfazer-me na limpidez do lago onde toda a fúria dos elementos se aquieta, por fim...
Depois ficaríamos ali, a flutuar no espelho da transparência que fomos, um dia.

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