quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Trabalho de Ildebranda Martins
Preso, sinto-me preso nesta caverna maldita onde habitam todos os meus demónios, onde me chamam todas as tentações. Tento fugir, escondo-me em vielas obscuras mas sou assediado por outros pequenos demónios, os meus e os outros. Prazeres fugazes fazem-me esquecer a minha caverna por momentos, apenas momentos.
E torno a fugir, mas antes cedo-lhes e digo que é só desta vez. Que sim, como das outras vezes... não vale a pena, não vais conseguir. Somos mais fortes, somos-te, não vez que tu e nós somos um?
E penso que não têm razão, que vou conseguir, que eles estão lá, na caverna, e eu posso sair quando quiser. E saio. Devolvo-me a outros becos e a outros demónios. Saúdam-me, sorriem-me com esgares de vitória e fazem-me feliz, por mais uns momentos. Apenas momentos.
A caverna ficou agora mais longe e penso que desta vez não me enganaram, os demónios. Os meus, que os outros ficaram no beco à espera da recaída. Mas desta vez vai ser diferente, não vou voltar à caverna, nem ao tal beco.


Foi então que percebi que a caverna tem várias caras e os demónios são os mesmos de sempre.

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