quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Cerâmica de Jennifer Santos Lã

Em cada esquina deixou promessas de ilusão
sob a luz de candeeiros moribundos
jurou amar até ao fim do amor
jurou que nunca mais partiria
que ficaria sempre ali
debaixo de candeeiros já sem cor
já sem dor
já sem pudor.
Em cada cama onde se deitou
deixou cheiros misturados de paixões havidas
deixou pedaços de vida em cada prega de lençóis amarfanhados
deixou suspiros de prazer
de querer
de bater de corações acelerados
de letargias do fim.
Deixou sempre pedaços de si
no dobrar de cada esquina
debaixo de candeeiros apagados.
E vai deixando
até que já não reste mais que respirar
até que já não tenha mais nada que deixar.

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