sexta-feira, 17 de julho de 2015

A barca vogava mansa, saboreando ondas breves, sulcando correntes imaginárias.
Tempestades desenhadas a carvão acalentavam-lhe o tédio.
Da barca ninguém sabia, que ela nunca se tinha dado a conhecer aos homens. Eles nunca iriam perceber o porquê daquelas viagens solitárias, sem barqueiro, e pouco lhe interessava que não percebessem. Era um assunto só dela.
Haveriam de saber quando chegasse o momento, e só nesse momento, o de todas as revelações. Sentiriam o peso das memórias de uma vida passada no desdém, no desamor, no desencanto.
Iriam arrepender-se, mas seria tarde demais.
NR

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